Sede do próximo Fórum Mundial da Água, que acontecerá em Brasília, daqui a dois anos, o Brasil começa a mobilizar a atenção da comunidade internacional para a busca de soluções no saneamento compartilhadas entre o poder público e a iniciativa privada.
Exemplo desse intercâmbio é a participação da Aquafed (Associação Internacional dos Operadores Privados de Água e Esgoto) no 6º Encontro Nacional das Águas – ENA, no dia 13 de abril, com a apresentação de exemplos internacionais de observância ao direito humano à água e ao esgotamento sanitário.
Entre os temas que serão apresentados estão o intercâmbio tecnológico, a contribuição da iniciativa privada no saneamento para as economias locais e a geração de empregos diretos e indiretos.
A Aquafed reúne associações de diversos países em que a iniciativa privada possui concessões para gerir e operar serviços de água e esgoto – entre eles estão: a França, República Checa, Estados Unidos, Chile, Benin, Uganda e Brasil. Além disso, congrega operadores de inúmeros países. No total, são 400 companhias, espalhadas por 40 nações.
O senegalês Mamadou Dia, presidente da Aquafed, é também membro da IWA (International Water Association) e participou de vários projetos de saneamento em países em desenvolvimento com o Banco Mundial. Para ele, que estará no Brasil para o 6º ENA, contribuir com as políticas públicas de saneamento é uma das missões mais importantes da iniciativa privada para o setor.
“A iniciativa privada se coloca como uma alternativa para que as autoridades públicas possam vir a incrementar o acesso da população aos serviços de água e esgoto. E a necessidade de termos mais eficiência, performance, transparência e responsabilidade no saneamento faz com que empresas  privadas se tornem  players importantes no atual cenário. Mas, para que o segmento privado possa atuar, é fundamental que a modelagem dos serviços seja feita com consistência desde o início, contando inclusive com apoio político, para que todos os atores saibam qual o seu papel e possam executar suas ações, de acordo com suas responsabilidades”, explica o presidente da Aquafed.
“O Brasil já possui exemplos positivos de parceria entre o setor público e a iniciativa privada no saneamento, mas existem ainda grandes oportunidades para desenvolvermos essa parceria, o que é altamente desejável no atual cenário, em que há escassez de  recursos  públicos para grandes projetos e grande demanda de investimentos, uma vez que, hoje, quase a metade da população brasileira não possui serviço de coleta de esgoto, e menos de 40% do esgoto gerado é efetivamente tratado”, completa Alexandre Lopes, presidente do Sindcon (Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto), que promove o 6º ENA.