Levantamento realizado pela Nint, empresa de finanças sustentáveis, revela que o setor de saneamento básico lidera as emissões de dívida ESG no Brasil em 2023. São R$ 30 bilhões em títulos com atributos de sustentabilidade que foram ao mercado. Desse total, um terço pertencem a duas concessionárias de serviços de água e esgoto: Aegea e Iguá.
O primeiro lugar é ocupado pela Aegea, a maior empresa privada de saneamento do país, com uma emissão de R$ 5,5 bilhões em debêntures de infraestrutura (com incentivo fiscal para o investidor), com prazos de 10 e 18 anos para pagamento. Na sequência, a Iguá aparece com R$ 3,8 bilhões e prazo de 20 anos. A empresa foi a primeira do setor a emitir debêntures de infraestrutura sustentáveis, em 2020.
Mas, afinal, o que são títulos de dívidas?
Os títulos de dívida são papéis que representam a dívida de uma empresa ou governo, que pagam juros e que são vendidos a investidores. O principal deles são os green bonds (títulos verdes), emitidos com o único intuito de financiar projetos com benefícios ambientais. O dinheiro captado pelos green bonds é carimbado, ou seja, é destinado exclusivamente para o projeto específico declarado no momento da emissão. Foram os green bonds que deram origem ao mercado de dívida ESG.
Existem também os “social bonds”, que seguem a mesma lógica de dinheiro carimbado, mas neste caso os projetos financiados devem ser direcionados a benefícios sociais. Tanto a Aegea quanto a Iguá são operações de sustainable bonds, ou títulos sustentáveis, que são uma junção dos dois títulos anteriores e financiam projetos com benefícios sociais e ambientais, que beneficiam o meio ambiente reduzindo a poluição e melhorando a saúde da população por meio do acesso ao esgoto tratado e água limpa, por exemplo.