Um relatório apresentado pela Fundação SOS Mata Atlântica – que percorreu 2.000 km por estradas, passando por 21 cidades, para analisar a qualidade da água em 305 km do rio afetado pelo rompimento da barragem da empresa Vale, em Brumadinho (MG) –, revela que em toda a extensão percorrida os indicadores de qualidade da água aferidos não revelaram água em condições de uso e vida aquática.
Dos 22 pontos analisados, 10 apresentaram resultado ruim e 12 péssimo. Além disso, foram encontrados metais pesados na água, como manganês, cobre e cromo em níveis muito acima dos limites máximos fixados na legislação. Ainda segundo a ONG, 112 hectares de florestas nativas foram devastados. Destes, 55 hectares eram áreas bem preservadas.
Segundo a norma legal vigente (Resolução Conama 357), as concentrações máximas de cobre na água para rios como o Paraopeba (classe 2) é de 0,009 mg/l. Em alguns pontos o resultado chegou a mais de 4 mg/l. O consumo de quantidades relativamente pequenas de cobre livre pode provocar na?useas e vo?mitos. Já o manganês, cujo o limite é de 0,1 mg/l, chegou a até 3 mg/l em alguns locais. Existe o risco de seres humanos apresentarem sintomas como rigidez muscular, tremores das ma?os e fraqueza a partir da ingestão de manganês, forma da contaminação deste metal. A concentração elevada de ferro e manganês na água podem ser os responsáveis pela coloração avermelhada do rio. Em diversos pontos, o ferro esteve acima de 6 mg/l.
O estudo conclui que rio Paraopeba perdeu a condição de importante manancial de abastecimento público e usos múltiplos da água. O dano ambiental tornou as águas do rio impróprias e indisponíveis para qualquer uso.
Fonte: SOS Mata Atlântica