ESG
Segundo definição difundida pelo Pacto Global, maior organização de sustentabilidade corporativa do mundo, o ESG pode ser considerado como a maneira com que o mercado financeiro encara a sustentabilidade.
Isso significa entender que o capital adota métricas cada vez mais ligadas às práticas sustentáveis, o que resulta na valorização dos investimentos de setores que promovam o avanço no campo socioambiental.
A prática ESG (ou ASG, como também é conhecida no Brasil, devido à sigla em inglês, que reúne aspectos Ambientais, Sociais e de Governança) está intrinsicamente ligada com o saneamento, uma atividade econômica que alia a visão empresarial com o propósito.
Além da própria atividade-fim das empresas de saneamento estar ligada ao tratamento da água e despoluição dos corpos hídricos, os investimentos realizados no setor aceleram os avanços em saúde, educação, mortalidade infantil, combate ao absenteísmo e tantos outros temas de impacto social.
Portanto, a agenda do saneamento é fundamental para que o ESG se consolide como prática no Brasil. As concessionárias privadas estão alinhadas com esse conceito e já conduzem suas respectivas gestões de forma a contemplar os princípios de ESG, com foco em sustentabilidade, responsabilidade social, inclusão e promoção da saúde e qualificação profissional, entre outras iniciativas.
Pesquisa realizada pelo Sistema de Informações do Segmento Privado do Setor de Saneamento (SPRIS) que avalia os indicadores socioambientais das operadoras privadas mostra que mais de 90% dos operadores possuem registro que identifica, analisa, avalia, trata, comunica ou monitora os riscos ambientais em áreas sob influência das operações. Mais de 80% desse mesmo público possuem programa, política ou procedimentos específicos para preservação de direitos humanos e têm projetos internos de eficiência energética (Gráfico 6.1.).
Gráfico 6.1.
Indicadores socioambientais
Fonte: SPRIS.
Parceria com o MDR em ESG
Em abril de 2021, o Ministério do Desenvolvimento Regional assinou acordos de cooperação técnica com a ABCON SINDCON e mais sete associações do setor privado que atuam em projetos de saneamento básico, segurança hídrica e mobilidade urbana geridos pelo ministério.
O objetivo do programa Estratégia Investimento Verde é garantir que todos os novos projetos do MDR sigam práticas internacionais de gestão ambiental, social e de governança.
O Acordo de Cooperação Técnica prevê o desenvolvimento de instrumentos e estudos sobre investimentos sustentáveis no âmbito dos projetos de infraestrutura para o desenvolvimento regional.
Com o acordo, a ABCON SINDCON tem o importante papel de contribuir tecnicamente com os trabalhos desenvolvidos e promover a articulação e capacitação entre gestores e associados sobre os instrumentos propostos.
Compliance
Paralelamente à disseminação do conceito ESG, as empresas privadas que atuam no saneamento investem em políticas de compliance, a fim de preservar a integridade das relações institucionais e estabelecer condutas transparentes e compatíveis com o perfil de companhias que possuem uma série de compromissos públicos – seja nos contratos de concessões e suas metas, seja ao participar de licitações e concorrências públicas.
Também a ABCON SINDCON adotou uma política de compliance, em sintonia com o novo normal do saneamento.
O compliance garante padrões elevados de condutas éticas a serem rigidamente observadas na associação, tanto interna quanto externamente.
Para efeito externo, o compliance é um requisito fundamental para ingressar na entidade. Associados precisam demonstrar comprometimento com essas regras compartilhadas pela ABCON SINDCON.
O compliance também é tema de uma pesquisa do SPRIS, realizada entre os operadores privados de saneamento. Os resultados demonstram o comprometimento com esses princípios: 95% possuem um Código de Ética e Conduta (Gráfico 6.2.).
Gráfico 6.2.
Indicadores de compliance
Fonte: SPRIS.
* Certificação ISO 37.001, Atestação 19.600, Selo Pro Ética, etc.
Meio ambiente
Reflorestamento em Juturnaíba (RJ)
Mantido pela concessionária Águas de Juturnaíba (Grupo Águas do Brasil), o projeto Revivendo Águas Claras já reflorestou mais de 12 hectares de mata e foi premiado pela Firjan, em 2021, por sua capacidade de capturar e neutralizar o carbono por meio da área verde replantada.
Além disso, a iniciativa promove: o retorno da fauna nativa, que por muitas vezes já deixou o local; o aumento do volume de água nos corpos hídricos da região, por meio da recomposição de nascentes e olhos d’água; a proteção das margens da represa; a redução de erosão e, consequentemente, diminuição do assoreamento da represa de Juturnaíba e de seus contribuintes.
Socialmente, o projeto impacta na conscientização em relação à sustentabilidade e preservação do meio ambiente.
Coleta do óleo em diversas localidades
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o consumo anual de óleos vegetais no país está em torno de 3 bilhões de litros. A estimativa é que, a cada quatro litros consumidos, um seja descartado de forma incorreta, representando mais de 700 milhões de litros ao ano lançados no meio ambiente. O óleo, quando despejado incorretamente na pia, vai para a rede coletora, provocando entupimentos e retorno de esgoto nas ruas e residências. Quando jogado na natureza, pode contaminar o solo, águas subterrâneas e mananciais. Diante disso, as companhias privadas de saneamento promovem cada vez mais iniciativas para minimizar esse impacto.
As concessionárias Águas das Agulhas Negras, Águas de Pará de Minas, Águas do Imperador e Águas de Jahu (todas do Grupo Águas do Brasil), por exemplo, implementaram o Programa Trata Óleo em seus municípios de atuação. A iniciativa tem o objetivo de promover educação ambiental e evitar o descarte incorreto do óleo de cozinha usado, fator que provoca a degradação ambiental, além de obstruir e danificar as redes dos sistemas de tratamento de esgoto. Ao todo, mais de 54 mil litros de óleo de cozinha já foram arrecadados.
Os ecopontos foram disponibilizados em pontos estratégicos das cidades atendidas pelas concessionárias: Resende, Pará de Minas, Petrópolis e Jaú. Todo óleo arrecadado é destinado para reciclagem, que gera produtos de limpeza, biodiesel e produtos ecológicos.
No Centro-Oeste, Cuiabá (MT) conta com o projeto LEVO (Local de Entrega Voluntária de Óleo), que traz à comunidade serviço e esclarecimentos importantes, que multiplicam educação ambiental.
A iniciativa faz um alerta importante para a população: o de que óleo de cozinha usado não deve ser descartado em pias, ralos e nem mesmo no lixo orgânico ou junto a restos de alimentos.
O LEVO soma 17 pontos de coleta na capital mato-grossense. Recolhido, o óleo passa por alguns processos importantes para que a redestinação possa acontecer.
Por trás do projeto está a concessionária Águas Cuiabá (Grupo Iguá), em parceria com a startup de educação ambiental Teoria Verde, a Biomavi Reciclagem e a Secretaria Municipal de Educação.
Gerenciamento de resíduos e economia circular em Maceió (AL)
Para melhor gerenciar sua cadeia de resíduos sólidos, a Sanama – Saneamento da Alta Maceió, do Grupo GS Inima Brasil, vem firmando sólidas parcerias para tornar-se uma empresa de lixo zero, dando sempre prioridade às alternativas de reutilização em detrimento da disposição final em aterros sanitários, desenvolvendo e fomentando iniciativas de economia circular na região, uma vez que apenas 23% das tipologias de resíduos podem ir para o aterro por não serem recicláveis.
As parcerias com fornecedores locais têm gerado renda para os moradores, além de incentivar atividades de reciclagem, ressocialização, compostagem e agricultura familiar. Tanto que, em comparação com 2020, a Sanama diminuiu em 64% a geração do lixo comum encaminhado ao aterro regional.
A concessionária possui vínculo com as cooperativas de coleta de resíduos recicláveis, na reutilização de madeira e de sobras de obras de alvenaria com a Fábrica da Esperança da Secretaria Estadual de Ressocialização e Inclusão Social (SERIS), e na reciclagem em brita e areia do entulho produzido nas obras de rede com a Usina de Reciclagem do Aterro Municipal de Maceió.
Em 2021, a empresa firmou parceria com a comunidade agroecológica da região, Oasis (CSA Oasis), para a doação do resíduo de poda de jardinagem da ETE Benedito Bentes. Além desses materiais, foram destinadas cerca de duas toneladas de recicláveis como plásticos, papéis e metais para as cooperativas locais, auxiliando na composição da renda de cerca de 30 famílias na região da Alta Maceió.
Lodo de esgoto é transformado em fertilizante em Jundiaí (SP)
Na maior parte das cidades brasileiras, o lodo de esgoto residual do processo de tratamento é depositado em aterros sanitários. Mas em Jundiaí (SP), onde opera a concessionária CSJ – Companhia Saneamento de Jundiaí, a realidade é outra. Ali, esse material usualmente descartado se torna fertilizante e beneficia a agricultura. Assim, o município dá exemplo na gestão pública de um dos seus principais resíduos, graças a uma solução segura e criativa para a gestão do seu lodo de esgoto.
A CSJ implantou em sua estação de tratamento um sistema de compostagem termofílica do lodo sanitário. O material é misturado a outros resíduos orgânicos, como podas urbanas picadas, bagaço de cana-de-açúcar, restos de alimentos e cascas de eucalipto. O composto é submetido a aeração e sua transformação é provocada por uma intensa atividade de microrganismos. Ao longo do processo, em temperaturas superiores a 55ºC, todo o material é higienizado e os organismos patogênicos são eliminados, dando origem ao fertilizante orgânico.
O lodo proveniente da ETE Jundiaí é encaminhado a uma empresa que realiza a compostagem desse material. O fertilizante orgânico é comercializado pela empresa contratada e pode ser empregado em qualquer tipo de cultura, tendo ótima aceitação entre especialistas em paisagismo, produtores de citros, eucalipto, cana-de-açúcar, flores, café, árvores frutíferas, entre outros, bem como para reflorestamento.
Córrego recuperado em Estiva Gerbi (SP)
Presente na cidade do interior paulista desde 2019, a Concessionária Águas de Estiva Gerbi (Terracom Saneamento) já adquiriu uma nova Estação de Tratamento de Esgoto que operará na cidade. Assim, todo o resíduo gerado pela população estivense deixará de ser descartado sem tratamento no Córrego dos Ipês.
O município está recebendo diversos investimentos em infraestrutura, seja para ampliar e melhorar a capacidade do sistema de abastecimento, seja para a construção de uma moderna e confortável unidade de atendimento ao cliente e, principalmente, no controle de perdas.
Saúde
Uma nova realidade em Atibaia (SP)
Com investimento e a parceria entre o SAAE e a Atibaia Saneamento (Grupo Iguá), a cidade paulista zerou os óbitos relacionados à falta de serviços básicos de água e esgoto. Além disso, as despesas com internações por doenças de veiculação hídrica na cidade diminuíram mais de três vezes entre 2019 e 2020.
Desde 2013, a empresa trabalha para que os atibaienses tenham mais saúde, o que implica investimento em boa infraestrutura de esgotamento sanitário e maior cobertura com os serviços de saneamento. O objetivo da Atibaia Saneamento é alcançar taxas ainda melhores até 2025.
Redução de internações em Teresina (PI)
Desde 2017, a Águas de Teresina, do Grupo Aegea, já investiu R$ 600 milhões em saneamento na cidade, que antes sofria com desabastecimento crônico. A partir de 2020, a cidade passou a contar com o abastecimento de água universalizado. A atuação da concessionária contribuiu diretamente para que a falta d’água fosse substituída por água tratada e de qualidade nas torneiras, eliminando das residências, por exemplo, tanques e baldes para reservas de água, que são locais característicos da proliferação do mosquito Aedes aegypti.
O trabalho está refletindo na melhoria dos índices de saúde, juntamente com outros fatores investidos pela administração municipal. Na capital do Piauí, de 2017 a 2021, segundo dados da Fundação Municipal de Saúde (FMS), os casos de dengue reduziram 66%. Além disso, não houve registro de óbitos por zica vírus no período em estudo.
A expectativa é que, nos próximos cinco anos, sejam investidos mais R$ 700 milhões em serviços de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto, ações que tornam a capital do Piauí referência em saneamento básico na região Nordeste.
Geração de empregos
Formação profissional e diversidade em Alagoas
Quatro mulheres venezuelanas – Erika Peralta, Detzineth Guevara, Reidimar Serrano e Nayelis Flores – passaram a fazer parte da equipe da BRK em Alagoas após terem concluído a formação profissional ofertada gratuitamente pelo Projeto Reinventar, desenvolvido pela companhia, em sua primeira edição, na cidade de Recife, com o apoio do Pacto Global (ONU), do Instituto Aliança e da Fox Time, além do Senai.
O mesmo projeto, que proporciona a formação das participantes como instaladoras hidráulicas, “encanadoras”, chegou a Maceió e está em andamento. Ao todo, são 25 mulheres beneficiadas, sendo 13 brasileiras, sete venezuelanas e cinco indígenas, público pela primeira vez contemplado.
O curso teve duração de três meses e foi realizado de forma semipresencial: 80% em formação virtual (em EAD) e 20% com aulas presenciais, conforme protocolos e orientações sanitárias estabelecidos durante a pandemia. Cada participante recebeu uma ajuda humanitária mensal de R$ 200,00, com bonificação atrelada à frequência e ao desempenho, além de um tablet com internet para permitir o acesso ao curso. As participantes também foram preparadas para a interação com o mundo digital.
A chegada da BRK em Alagoas já propicia melhoria da qualidade de vida não somente para a população atendida por água e esgoto, mas também pela geração de empregos. Já são 500 novas vagas diretas de trabalho na operação, e a estimativa é que outros 1.500 mil empregos indiretos sejam gerados na região, devido aos investimentos nas redes e infraestruturas de água e esgoto.
Contratações em peso no Rio de Janeiro
As empresas que venceram a concorrência para a concessão dos serviços anteriormente prestados pela companhia estadual Cedae estão iniciando uma verdadeira revolução no Rio de Janeiro. Um dos impactos já perceptíveis da atuação dessas concessionárias é geração de novos empregos.
A concessionária Águas do Rio (Grupo Aegea) assumiu as operações de abastecimento de água e esgotamento sanitário em 27 municípios, incluindo 124 bairros da capital, e atendendo 10 milhões de pessoas. A chegada da empresa já proporcionou mais de 5 mil empregos diretos, para profissionais com diferentes níveis de escolaridade. O objetivo é contar com pessoas das próprias cidades e das comunidades, para que trabalhem com seus vizinhos. A companhia acredita que, dessa forma, contribui para o desenvolvimento regional e terá colaboradores mais felizes, trabalhando perto de casa.
Vencedora da licitação do Bloco 3, a concessionária Rio+Saneamento (Grupo Águas do Brasil/Vinci Partners) vai gerar ao menos 4.700 vagas diretas e indiretas nos 19 municípios, incluindo 22 bairros da zona oeste da capital. A operação assistida começou em abril deste ano. Somente naquele mês e em maio, houve 152 oportunidades para contratação imediata, em áreas como engenharia, segurança do trabalho, enfermagem e comunicação. Até o fim do ano, a previsão é atingir até 1.000 postos de trabalho.
Também vencedora de um dos blocos da Cedae, a Iguá divulgou 700 vagas no segundo semestre de 2021 para a nova operação no Rio de Janeiro. São oportunidades variadas, mas o maior número está concentrado em posições operacionais, como leituristas, mecânicos e encanadores de rede. Para multiplicar o conhecimento, a Iguá desenvolveu a H2ON, uma plataforma de ensino a distância com temas específicos. Cada módulo leva a um nível mais avançado de aprendizado, até que os colaboradores estejam preparados para executar plenamente suas atividades em campo.
Valorização da mão de obra local em Ouro Preto (MG)
Desde que começou a operar em 2020, a concessionária Saneouro – Ouro Preto Serviços de Saneamento, do Grupo GS Inima Brasil, gerou mais de 230 empregos diretos, além de fomentar quase 70 postos terceirizados.
Investir na mão de obra local não é a única preocupação. A empresa também forma profissionais para que venham a integrar seu quadro de colaboradores, sempre que necessário. Em parceria com o Senai e a prefeitura de Ouro Preto, ofereceu 50 vagas nos cursos de encanador hidráulico e de excelência no atendimento ao cliente, de forma gratuita.
Inovação e tecnologia
Inteligência artificial ganha espaço
As concessionárias do Grupo Águas do Brasil estão usando um sistema que utiliza inteligência artificial (IA) e internet das coisas (IoT) para identificação de áreas com potenciais vazamentos não visíveis. O aparelho consegue cruzar com precisão os dados coletados em campo com inúmeros ruídos existentes em seu banco de dados, aprimorando as pesquisas de vazamentos não visíveis com o uso de geofone e, consequentemente, agilizando a localização e o reparo desses vazamentos.
Seu funcionamento pode ser comparado aos aplicativos de reconhecimento musical usados nos smartphones, que conseguem identificar uma música por um pequeno trecho. A iniciativa faz parte do Programa Água de Valor, mantido pelo Grupo.
Apoio à inovação das startups
Em agosto de 2021, o Grupo Iguá conquistou o primeiro lugar no ranking da 100 Open Start-ups, como a companhia de saneamento mais envolvida em iniciativas de inovação aberta do país. O ranking é uma referência importante no mercado, por estabelecer critérios para medir o relacionamento de grandes empresas com startups, estando entre as 30 companhias brasileiras mais engajadas nesse sentido.
A porta de entrada para se tornar referência em inovação foi criada em 2018, com o programa Iguá Lab, iniciativa que convida as startups a apresentarem soluções alternativas para os principais problemas identificados no saneamento. Em média, é avaliada e reconhecida uma startup a cada dois dias; assim é testada uma nova solução a cada 30. Existem, hoje, cerca de 20 startups sob algum tipo de contrato com a Iguá, prestando diversos serviços e fornecendo equipamentos.
A empresa incentiva seus colaboradores, de todos os níveis, a se atentarem a qualquer tipo de necessidade dos clientes e a pensarem em possíveis soluções para os setores. O programa interno Manda Bem reconhece ideias com potencial para serem amplamente aplicadas na operação.
Pioneirismo na secagem do lodo
Considerando que a luz do sol pode ser a grande parceira dos operadores de serviços de água e esgoto para enfrentar o problema da disposição final do lodo produzido nas ETEs, a GS Inima Samar (Grupo GS Inima Brasil) inaugurou o primeiro secador solar de lodo de esgoto, uma solução inédita na América Latina.
Construído em uma área de 7 mil m², o secador solar do lodo (resultante do tratamento do esgoto doméstico gerado pelos quase 200 mil moradores e indústrias da cidade) teve investimento da ordem de R$ 16 milhões e entrou em operação em 2021. Totalmente automatizado, está instalado em uma enorme estufa de vidro e conta com três revolvedores de resíduos que trabalham 24 horas por dia. Ao final do processo, eles removem o material seco para ser enviado ao aterro sanitário. O transporte do resíduo, que era feito diariamente, só ocorre uma vez por semana, visto que o volume do lodo tratado diminuiu de 450 para 90 toneladas por mês.
Com essa inovação, deixa-se de sobrecarregar o aterro municipal com matéria orgânica, beneficiando o meio ambiente. Atualmente, a empresa está estudando uma forma de fornecer o resíduo do lodo tratado para a agricultura, uma vez que o material é rico em nitrogênio, fósforo e potássio.
Parceria com Ajusta Água
O aumento dos investimentos do setor de saneamento no último ano resulta em novos projetos e ideias para as melhorias dos serviços oferecidos para a população. Entre as iniciativas apoiadas pela BRK, a startup Ajusta Água vem se destacando por oferecer a automatização da atualização cadastral.
Por meio de um sistema de georreferenciamento, o programa identifica padrões e características recorrentes de consumo de água, o que permite apontar possíveis inconsistência no cadastro e, consequentemente, reduzir os índices de perdas de água. A proposta é identificar, por exemplo, se um imóvel cadastrado como residencial faz o uso da água para uma atividade comercial.
A ação nasceu entre profissionais que fizeram parte do WIL Brasil — Water Innovation Lab Brasil, iniciativa que reúne jovens de todo o país para elaborar ações focadas no saneamento. Para seguir em frente, o projeto contou com o apoio da BRK, que ofereceu um recurso semente, além de apoio na estruturação da startup.
Agora, a BRK segue para a fase de formalização de contrato com o Ajusta Água para ser a primeira cliente da startup. O sistema será implantado em uma das operações de saneamento, com o monitoramento dos cadastros por dois anos.
Portal de inovação para novos projetos
Em busca da ampliação do número de projetos inovadores no setor, que possam tornar os sistemas de água e esgoto cada vez mais eficientes, a BRK lançou a plataforma BRK Inova. O canal é direcionado à inovação aberta e busca parcerias com pesquisadores, professores, startups e empresas que desejam investir em cocriação.
Os visitantes ainda contam com pitch day, um espaço que permite que startups se conectem com a BRK e apresentem soluções inovadoras para o saneamento básico. Para participar, não existem limitações. O importante é que os interessados apresentem novas ideias, independentemente do estágio de desenvolvimento.
Inclusão
Igualdade racial
Programa de igualdade racial do Grupo Aegea, o Respeito Dá o Tom completa cinco anos de existência em 2022. Seu objetivo é promover a equidade nas oportunidades de acesso à empresa e de crescimento profissional dos colaboradores que se autodeclaram pretos, pardos e indígenas em todos os níveis hierárquicos da companhia. Hoje, do total de 9.338 colaboradores, 4.640 são autodeclarados negros/pardos.
A iniciativa é reconhecida pelo Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) como um dos principais programas de igualdade racial do país, sendo certificado com o Selo “Sim à Igualdade Racial”. A certificação significa que a empresa se compromete em realizar ações afirmativas voltadas à equidade racial em todas as suas unidades.
Programa de aceleração de carreiras para mulheres negras
Em 2021, foi realizada a segunda edição desse programa da empresa BRK, desenvolvido em parceria com o Grupo Mulheres do Brasil – entidade que defende o protagonismo feminino nos negócios e na política. O projeto reuniu 22 profissionais da companhia, que atuam em diferentes regiões do país, para participar de atividades para promoção do desenvolvimento pessoal e profissional.
Realizados online, os treinamentos abordaram temas como: ancestralidade, autoconhecimento, liderança, marca pessoal, networking, inteligência emocional, produtividade e comunicação assertiva. Todos os participantes também devem realizar mentorias, conduzidas por profissionais em cargos de liderança da BRK.
O principal objetivo é contribuir para que todas essas profissionais identifiquem e possam atingir os seus objetivos dentro da empresa, promovendo a equidade de gênero e raça.
Em 2020, na primeira edição do projeto, a BRK promoveu a aceleração de 15 profissionais negras da companhia.