Painel Eficiência Energética no Saneamento, com Marcos Antonio Danella (Linedata), que revelou dados de pesquisa da agência reguladora ARES-PCJ, em que apenas 19% das empresas de saneamento entrevistadas disseram possuir níveis de automatização na operação. Antônio Carlos dos Santos (CSJ) apresentou o tema “E ciência energética, como melhorar?”.
O executivo mostrou algumas das mudanças operacionais que fizeram com que a ETE de Jundiaí reduzisse o consumo de energia elétrica durante todo o seu processo de tratamento de esgoto. Wagner Rosa Santos (Comasa) falou sobre a “Eficiência energética e operacional em sistema de tratamento de água”, utilizando como case a operação da ETE Águas de Santa Rita, em Santa Rita do Passa Quatro (SP).
Painel Eficiência Operacional: Estações de Tratamento de Esgoto. Na apresentação sobre “Regiões Turísticas: alternativas para a alta e baixa temporada”, Natália Marques Teixeira, da Aegea, discorreu sobre a fórmula com que a concessionária
André Lermontov (Grupo Águas do Brasil) abordou o tema “Tecnologia para ampliação da performance de ETE”, com foco nas estações de tratamento horizontalizadas, que permitiram em Campo dos Goytacazes (RJ) uma redução de 86% de área construída em relação aos modelos tradicionais de ETEs. Marcelo Miki (Sabesp) abordou a experiência da empresa em inovações em tratamento de esgoto. Para ele, uma das tendências atuais do mercado é a higienização do lodo e a redução na sua geração, tratando-o não mais como resíduo, mas como produto.
O painel Inovação e Tendências em Saneamento trouxe uma nova visão sobre inovação e as principais tendências do setor – ou fora dele – que podem ser aproveitadas na operação das concessionárias no Brasil.
Péricles Weber (Iguá Saneamento) apresentou o case “Igua Lab”, que selecionou startups e empresas da nova economia para serem parceiras da holding na busca por inovação e novas tendências para o setor. Flavio Lemos, da Suez Brasil, abordou o tema “Mais digitalização para uma cidade inteligente”, relatando as possibilidades do conceito de smart cities e como a coleta de dados do cliente pode auxiliar na operação das concessionárias de água e esgoto no Brasil, tendo como premissas a redução de custos operacionais, a atuação de forma mais proativa, um maior controle de indicadores de gestão e desempenho e a economia de água e energia em todo o sistema.
Giancarlo Ronconi (BRK Ambiental) explicou o funcionamento e as vantagens da “Tecnologia Nereda – tratamento de esgotos sanitários com biomassa granular aeróbica”, destacando como case prático os resultados obtidos na Estação de Tratamento de Esgoto de Deodoro, no Rio de Janeiro (ETE Deodoro). Ali, o nível de tratamento com o sistema convencional (lodo ativado) é de 350 l/s, enquanto com o Nereda esse montante pode chegar a 750 l/s.
O painel Economia Circular no Saneamento abordou como esse conceito inovador pode ser aplicado às operações das concessionárias de saneamento no Brasil.
José Henrique de Faria, professor da Universidade Federal do Paraná, explicou que a ideia de economia circular surgiu na China neste século. De acordo com o docente, os empresários devem buscar hoje o máximo aproveitamento dos insumos. O case da concessionária Aguas Andinas, em Santiago do Chile, foi apresentado por Flávio Lemos (Suez Brasil). Mesmo utilizando uma infraestrutura considerada crítica, a biofábrica chilena conseguiu implantar boas práticas e mudanças, o que garantiu 100% de autogeração para a operação.
O painel Resíduos: Uso do Lodo de Esgoto na Agricultura contou com Simone Bittencourt, da Sanepar, que focou sua apresentação na revisão da Resolução CONAMA 375/2006.
Ela destacou enfaticamente que a legislação deveria privilegiar e potencializar o uso agrícola do lodo de esgoto, porém, diante das dificuldades impostas, principalmente em relação à regulamentação, o texto da Resolução fez justamente o contrário, limitando o uso de lodo no Brasil. Fernando de Oliveira (Tera Ambiental) trouxe o tema “Lodo de esgoto – de resíduo a produto” ao 7º ENA. Para o executivo, o melhor caminho para as concessionárias e as ETEs é não mais tratar o lodo de esgoto como resíduo, mas como matéria-prima.
Durante o painel Segurança Hídrica e Saneamento, Helena Kubler (CH2M) mostrou os resultados da “Proposta de Plano de Ação para instituir uma Política de Reúso no Brasil”. A iniciativa, em parceria com o Ministério das Cidades, em dois anos de trabalho, tem como propósito melhorar a disponibilidade e a segurança hídrica no Nordeste e em grandes centros urbanos, incentivando o reúso de forma planejada.
O abastecimento de água em regiões com pouca incidência de chuvas foi tema da palestra de Eduardo Berrettini (GS Inima Brasil), que destacou o estudo da usina de dessalinização para a região metropolitana de Fortaleza (CE). O projeto definido pela empresa prevê a instalação de uma plana de 1 m3/s de água dessalinizada, em parceria com a companhia estadual Cagece. Encerrando os trabalhos, Sirlei Cristina Brignol (Sesamm) revelou alguns resultados operacionais da ETE Mogi Mirim (SP). Atualmente, a estação de tratamento de esgoto tem 83% do seu consumo de água proveniente do reúso.
Os painéis técnicos do ENA tiveram a coordenação de Eduardo Berrettini (GS Inima Brasil) e Rodrigo Pereira (Grupo Águas do Brasil).