Berenhauser: redução de perdas está diretamente conectada a sustentabilidade ambiental e do negócio.

Considerada um dos gargalos das operadoras de saneamento, a recuperação de volumes perdidos de água no processo de distribuição é essencial para as metas operacionais

Segundo o mais recente estudo do Instituto Trata Brasil sobre o tema, o índice de perdas de água no país continua alto. No geral, quase 40% da água captada não chega às torneiras. Entre as operações com gestão privada, porém, é possível encontrar bons resultados de redução de perdas físicas. Um exemplo pode ser observado na cidade de Palestina, interior de São Paulo, onde a concessionária ESAP (Iguá Saneamento e Aviva Ambiental) atingiu um índice de 11%, graças aos investimentos e da atuação de equipe técnica especializada.

Associada à ABCON SINDCON, a Enops Engenharia é pioneira em projetos de gestão de perdas de água para operadores públicos e privados brasileiros. A empresa já realizou mais de 100 diferentes contratos de serviços para redução e controle de perdas com projetos personalizados em todas as regiões do país.

Carlos Berenhauser, CEO da Enops, explica que, na busca por melhores indicadores, o gerenciamento de infraestruturas e a existência de ferramentas e mão-de-obra adequadas são imprescindíveis. “Para um resultado efetivo, é importante atuar no gerenciamento das pressões, ter rapidez e qualidade nos reparos, manter o controle ativo de vazamentos e o gerenciamento da infraestrutura. Do ponto de vista de perda aparente, as recomendações são: redução de erros de medição, melhoria do sistema comercial, redução de fraudes e qualificação de mão de obra”, explica.

O executivo acredita que o investimento em projetos para redução de perdas de água se tornará protagonista na busca da eficiência. “Isto fica ainda mais evidente após a publicação da Portaria 490, em março de 2021, que define as metas de perdas que todos os operadores terão que atingir para obter recursos federais, aumentando muito a perspectiva de ampliação dos contratos de performance”, afirma ele.

Para Berenhauser, muito mais que recuperar o volume de água perdido no processo de distribuição, é preciso estar comprometido com o equilíbrio ambiental, social e econômico nos processos, projetos e ações que percorrem todas suas áreas e níveis. Os trabalhos desenvolvidos no combate às perdas de água no sistema de distribuição vêm ao encontro dessa necessidade. Por representar prejuízos de produção e desperdícios para o meio ambiente, o tema é de alta relevância para as políticas de ESG.

Um dos trabalhos mais importantes na área em curso no país é o realizado pelo consórcio Verdagg, com a Enops na liderança, para a despoluição do rio Pinheiros. E essa ação envolve a comunidade. Com o propósito de conhecer as características da população residente da bacia do córrego Zavuvus, foi realizado um diagnóstico socioambiental para entendimento do território e desenvolvimento de um plano estratégico de ação com as 32 comunidades do entorno e conexão ao tratamento de esgoto em mais de 15 mil residências.