Um dos mitos que erroneamente se propaga quando uma concessionária privada assume os serviços de água e esgoto em um município é que essa chegada da nova gestão acarreta desemprego. Por essa teoria, colaboradores seriam dispensados, e a empresa que passa a operar na cidade não realiza contratações para repor essa mão de obra.

A realidade é bem diferente disso: na verdade, a iniciativa privada preserva os postos de trabalho produtivos e essenciais para a operação do contrato, e gera empregos em novos sistemas implantados. Além disso, com seus investimentos, ela movimenta uma ampla cadeia de fornecedores e, consequentemente, gera milhares de empregos indiretos.

Isso sem mencionar o fato de que, ao garantir a infraestrutura em saneamento, a concessão privada contribui decisivamente para que novas empresas se estabeleçam e tragam mais divisas e empregos aos municípios. Em outras palavras: ao realizar os investimentos necessários, a iniciativa privada combate a escassez de emprego.

Segundo estudos do Instituto Trata Brasil, o Brasil geraria 11,9 milhões empregos se conseguisse aplicar os R$ 304 bilhões (água e esgoto) previstos pelo Plano Nacional de Saneamento Básico (PLANSAB) até 2033.

“A presença da iniciativa privada no saneamento é fundamental para que novas oportunidades surjam para quem já trabalha ou pretende trabalhar na área de saneamento”, avalia a diretora executiva do SINDCON, Ana Lia de Castro. O presidente do Sindicato, Alexandre Lopes, acredita que a demanda por profissionais permanecerá elevada. “A cada ano, o número de concessões privadas aumenta, e sempre que uma nova concessão surge, mais gente é contratada e passa a fazer parte de nosso universo. Se considerarmos que o Brasil precisa investir muito ainda em saneamento, e que a iniciativa privada será levada a participar com mais força desse processo, podemos então afirmar que a perspectiva é estarmos sempre em busca de profissionais que tenham a competência necessária para atuar no setor”, diz ele.

Alexandre enfatiza o esforço que o SINDCON e as concessionárias têm realizado para proporcionar maior qualificação àqueles que trabalham no setor de saneamento.

Mais números – Outro dado importante do relatório do Instituto Trata Brasil é que 8,3% da população brasileira indicou ter se afastado de suas atividades por doenças ligadas à falta de esgotamento adequado; desse total, 969 mil (6,1%) foram causados por diarreias.

A universalização dos serviços de água e esgoto possibilitaria uma redução de 23% no número total de dias de afastamento por diarreia – algo em torno de 196 mil dias de afastamento a menos – numa redução de custo de R$ 258 milhões ao ano.