Já se falou, com muita propriedade, que a universalização de água e esgotamento sanitário no Brasil é o maior programa ambiental do mundo. Se ampliarmos essa visão para o social, é muito provável que a expansão do saneamento no país venha a ser considerada, igualmente, um dos maiores programas mundiais de inclusão, ao propor que as mais de 100 milhões que hoje vivem sem coleta e tratamento de esgoto tenham finalmente o acesso a esse serviço básico.

Mais do que números, porém, é preciso atentar para as nuances que envolvem nosso crônico déficit de saneamento. Estudo da ABCON SINDCON com base em dados do PNAD/IBGE demonstra que a falta do serviço afeta muito mais a vida da população de baixa renda, acentuando ainda mais a desigualdade no país. Entre as pessoas que não estão conectadas à rede de água, 75,3% vivem com até um salário-mínimo.

É diante dessa realidade incômoda que aumenta o engajamento das concessionárias privadas em torno do saneamento como vetor de sustentabilidade e inclusão, tema escolhido para inspirar os projetos da 5ª edição do Prêmio Sustentabilidade, encerrado e entregue em agosto.

Os programas dedicados à inclusão ganham espaço a cada ano entre as concessionárias privadas, seja pela adoção de práticas atreladas ao ESG, seja pela própria disposição das empresas de cumprirem com seu papel transformador.

Adotar a tarifa social e outros benefícios previstos em lei à comunidade atendida já não basta. As concessionárias estão indo além – e os projetos apresentados no Prêmio Sustentabilidade são prova disso.

 

Percy Soares Neto, Diretor Executivo da ABCON SINDCON