Será que nós teremos mais oportunidades de trabalho diante dos desafios que as mudanças climáticas estão impondo à qualidade de vida das pessoas? De imediato, é possível dizer que a importância dos profissionais e das próprias concessionárias privadas tende a aumentar muito daqui para frente.
A seguir, você vai entender melhor os motivos disso e onde estão os desafios, as oportunidades, as carreiras em alta e os diferenciais de planejamento que, desde já, tornam as pessoas e as concessionárias que fazem parte do SINDCON ainda mais importantes diante do atual quadro do clima no Brasil e no mundo.
As chuvas e a importância das concessionárias
Afinal, o que é, de verdade, o “aquecimento global”? Na prática, trata-se da consequência do aumento de gases estufa (gás carbônico) no ar, causado por vários e diferentes motivos, entre eles o desmatamento, o aumento da população e até a criação de animais, conforme mostrou o mais recente relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) criado para estudar a questão.
Esse relatório explica que o aquecimento global é causado porque o gás carbônico prende a radiação solar que é refletida pela Terra. E como cada vez mais produzimos gás carbônico, mais radiação fica retida por aqui. As conclusões não deixam dúvidas: se o uso do petróleo como combustível for reduzido, juntamente com o fim do desmatamento, mesmo assim pode demorar até o ano de 2.100 (ou seja, mais 85 anos!) até que as emissões globais de gases de efeito estufa sejam quase zeradas.
Entre as principais consequências do aquecimento global, além da elevação da temperatura do planeta, está a alteração do regime histórico de chuvas, consequência que gera impacto direto nos serviços públicos de água e esgoto e para todos nós que trabalhamos nessa área.
“São mudanças mais constantes, que exigem das empresas ainda mais capacidade e qualidade de planejamento”, diz Giuliano Dragone, presidente do SINDCON.
O planejamento bem feito e bem executado já é essencial para resolver aquele que é, de longe, o principal problema ambiental do Brasil e do planeta, que é garantir serviços públicos de água e esgoto para a população.
A boa notícia é que a capacidade de planejamento é um dos reconhecidos diferenciais das empresas privadas do setor de saneamento. Assim, é possível prever que as mudanças climáticas aumentem a importância das concessionárias, abrindo possibilidades de novas e mais parcerias com estados e municípios de pequeno, médio e grande porte.
Para isso, hoje já existem diferentes regimes de prestação de serviços e um ambiente regulatório cada vez mais eficiente.
“Há direitos e deveres de todos os envolvidos, assim como regras claras sobre o regime de prestação dos serviços”, acrescenta Giuliano Dragone. “Temos muitos desafios pela frente, mas oportunidades ainda maiores”, completa.
Hora de buscar conhecimentos
As empresas privadas de água e esgoto têm muito a crescer. Se, de fato, o aquecimento global está provocando mudanças climáticas (tais como a diminuição das chuvas), as pessoas que trabalham nas concessionárias ganham mais importância entre os atores a serem escalados para atuar diante das adversidades.
Trata-se, portanto, de um momento de buscar mais conhecimentos, mais conteúdo, mais experiências profissionais. “As pessoas que já trabalham nas concessionárias privadas também precisam estar preparadas para esse novo ambiente de negócios, no qual seremos valorizados e ainda mais procurados”, confirma Giuliano Dragone, presidente do SINDCON.
Esse “horizonte de crescimento” fica mais amplo quando olhamos o universo de mais de 90% de cidades em todo o Brasil, onde a iniciativa privada está pronta para atuar. São municípios que ainda não contam com parcerias privadas na prestação de serviços de saneamento.
Portanto, as oportunidades existem e necessitam de força profissional em diversas áreas e níveis de conhecimento. Confira as profissões em alta e alguns dos melhores cursos de aperfeiçoamento relacionados ao nosso setor.
Cursos para todos os gostos
Como em outras profissões, qualificação é fundamental para conquistar oportunidades nas empresas privadas de saneamento. Canal SINDCON apresenta a seguir algumas instituições com cursos relacionados à nossa área ou com conteúdo que pode ser aproveitado em diferentes cargos no setor.
– As mais de 800 escolas do SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) são referência em ensino técnico. Alguns cursos podem ser feitos a distância e têm relação mais direta com a área de saneamento, como os de Controle Ambiental ou Educação Ambiental. Para saber mais: Acesse www.portaldaindustria.com.br/senai
– Os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia são vinculados à Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Estão presentes em vários estados e concentram boa parte dos cursos superiores na área de saneamento. Para saber mais: Acesse www.redefederal.mec.gov.br
– Em Limeira, interior de São Paulo, a Faculdade de Tecnologia da Unicamp é uma opção reconhecida para graduação em nível superior. A FT oferece os cursos de Tecnologia em Controle Ambiental (três anos/diurno ou quatro anos/noturno) e Engenharia Ambiental (seis anos/noturno). Para saber mais: Acesse http://www.ft.unicamp.br
– Se o objetivo é cursar uma pós-graduação ou mestrado, há várias opções em todo o país. Algumas das modalidades oferecidas são as especializações em Engenharia Sanitária ou Gestão Ambiental. Para saber mais: UFRJ (www.pr2.ufrj.br) EESC/USP (www.eesc.usp.br) Universidade Federal de Tocantins (www.uft.edu.br) Universidade Anhanguera-Uniderp (www.portalpos.com.br) Faculdade da Região dos Lagos (www.ferlagos.br) Centro Universitário São Camilo (www.saocamilo-es.br) Centro Universitário Salesiano de Paulo (www.unisal.br)
Eles cresceram na carreira!
Jair Thomaz, da Águas de Marcelândia
“A oportunidade de ingressar na Águas de Marcelândia surgiu em 2009. Um amigo meu era gerente na unidade e me avisou sobre a abertura de vagas. Fui atrás e consegui. Aceitei o desafio da mudança e, aos poucos, fui aprendendo tudo o que podia sobre serviços de saneamento. Em Analândia, trabalhei como encanador, fiscal e no atendimento ao público. Em 2012, o supervisor da unidade de Marcelândia foi transferido e veio a proposta de assumir o cargo. Mais uma vez, me vi diante do desafio de mudar. E novamente, aceitei. Voltei para Marcelândia, agora como supervisor, e precisei aprender tudo sobre as áreas administrativas e de gestão de pessoas, com as quais passei a trabalhar. Sei que os serviços de saneamento serão cada vez mais importantes e, por isso, quero aprender sempre. Com esse objetivo, vou começar a cursar Administração. Meu pai dizia que, nesta vida, todos somos capazes de aprender coisas novas. Ninguém é incapaz! E é nisso que eu acredito!”
Priscila Martins de Souza, Supervisora da Águas de Carlinda
“Terminei o Ensino Médio em 2011 e, em março de 2012, comecei a trabalhar na Águas de Carlinda, como atendente. Foi o meu primeiro emprego. Depois de algum tempo, a empresa passou por mudanças de direção e houve momentos em que precisei trabalhar sozinha, devido a alterações no quadro de funcionários. A Nascentes do Xingu assumiu a direção e, em 2013, surgiu o convite para assumir a supervisão da unidade. Aceitei e, hoje, sou responsável por acompanhar diversos procedimentos, entre eles as emissões de notas e os serviços de rua. Também relato o que acontece na unidade e encaminho os pedidos do que é necessário para desenvolvermos nosso trabalho. Nesse tempo de empresa, também comecei a cursar Administração. Termino esse ano e vou continuar a estudar. Quero fazer faculdade de Engenharia, com foco na área do Saneamento. Toda essa caminhada valeu muito a pena! Ninguém quer ficar parada. Temos que sonhar, querer crescer, aprender coisas novas. Precisamos estar sempre preparadas para o novo!”
Jorge Aquino, Gerente de Gestão de Clientes da CAB Cuiabá
“Comecei minha carreira no saneamento em 1987, como leiturista, no Rio de Janeiro. Tinha feito os cursos de encanador civil, naval e industrial pelo SENAI, dai um amigo que trabalhava na CEDAE me indicou para trabalhar como leiturista em uma empresa prestadora de serviços na área. Depois atuei como fiscal, cadastrador, encarregado, supervisor, coordenador de faturamento e cadastro, coordenador comercial, coordenador de redução de perdas e gerente de operações comerciais. Acho que a fórmula para que eu pudesse estar sempre evoluindo na carreira envolve determinação, comprometimento, compromisso com o resultado e atualização constante das minhas atribuições. Não existe a palavra ´não´ em meu dicionário. Hoje, estou em Cuiabá, com muitos objetivos: alcançar todas as metas traçadas pelo projeto da concessionária para a cidade, desenvolver pessoas e, consequentemente, contribuir com a melhoria do saneamento no Mato Grosso.”