A inovação será um aliado importante para acelerar a curva da universalização nos próximos anos. As operadoras privadas levaram ao 8º ENA alguns exemplos de aprimoramentos inovadores que estão ajudando as empresas a irem adiante nessa missão.

Murillo Borges, da Iguá Saneamento, falou sobre a digitalização da água. Para ele, esse processo não é mais uma escolha. “As estruturas estão ficando cada vez mais antigas e precisamos ser assertivos para resolver os problemas dessa depreciação dos ativos”, afirmou ele.

Sob a ótica do atendimento, a digitalização também precisa ser encarada como prioridade, uma vez que os clientes passam a utilizar cada vez mais as facilidades dos meios digitais de pagamento, e até mesmo sob a perspectiva de termos casas inteligentes. “É a chamada inteligência artificial, mas também a inteligência humana. A IA é feita de pessoas para pessoas”, completou.

“Para criar a mudança sustentável, é preciso conhecer virtudes e fragilidades do cenário atual. Tivemos que ir a campo para entender a realidade do Rio de Janeiro”, afirma Wagner Carvalho, da Aegea Saneamento. Ele apresentou a experiência da digitalização 3D realizada pela Aegea naquele estado. O processo envolveu a aplicação de metodologia própria amparada por muita tecnologia, desde o uso de drones, realidade virtual e experiência imersiva.

Com o apoio da Cedae, que mantinha até ali os ativos, a empresa identificou e verificou cada uma das estruturas que tinha em mãos no Rio de Janeiro e demais municípios onde a concessionária Águas do Rio passou a atuar. O resultado foi um amplo e completo inventário eletrônico, que agora pode ser acessado por um clique, em praticamente qualquer dispositivo eletrônico.

Luiza Acedo, da BRK Ambiental, falou sobre a iniciativa Minha BRK, uma agência virtual dedicada ao relacionamento com o cliente que aposta na digitalização, dentro da estratégia de aumentar a satisfação do usuário em cada ponto da jornada de interação com a empresa. O investimento nos canais virtuais fez com que o atendimento presencial fosse reduzido em 77% desde o início da pandemia. Dessa forma, como impacto adicional, os atendentes nas lojas ganharam mais tempo para solucionar as demandas mais complexas, que chegam ao balcão.

Letícia Theotonio, da área de projetos estruturados da Veolia, trouxe para o ENA o conceito da Biofactoria, a partir da apresentação de um case da operação chilena da empresa. A Águas Andinas implantou o primeiro complexo de biofactoria do mundo na Grande Santiago.

Segundo a empresa, ela representa uma evolução natural do tratamento de esgoto realizado hoje comumente nas estações. Sob esse olhar, as estações se transformam em instalações autossustentáveis em energia, com zero resíduo e nenhum impacto ambiental, como a emissão de gases. A biofactoria recupera e preserva os recursos naturais, adotando a economia circular como preceito.

André Lermontov, do Grupo Águas do Brasil, apresentou o programa Água de Valor. Alinhada ao planejamento estratégico da holding, a iniciativa acontece desde 2018 e envolve toda a cadeia de colaboradores, com o objetivo de reduzir perdas e melhorar a performance operacional. “A amplitude do programa exige um ambiente de segurança e total transparência, além do suporte contínuo da comunicação”, explica André.

O incremento no faturamento proporcionado em dois anos pelo programa superou os R$ 66 milhões, além de um custo evitado estimado em R$ 63,7 milhões.

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