ABCON e SINDCON levaram até os parlamentares em Brasília alguns dos números que justificam mudanças imediatas no atual modelo do saneamento.
Hoje, em um mercado onde a iniciativa privada está restrita a 6% dos municípios (se contabilizarmos concessões plenas e parciais de água ou esgoto), o Brasil fica longe de atingir o investimento necessário e previsto em planos oficiais do governo para atingir a universalização dos serviços: precisaríamos investir R$ 22 bilhões por ano, em valores atuais, e só conseguimos aplicar, no máximo, R$ 14 bilhões (em 2016, o investimento total do setor fixou em R$ 11,7 bilhões).
Confira alguns dos benefícios que o Brasil pode atingir com mais investimento no setor:
Segundo dados da CNI, a cada R$ 1 bilhão investido em saneamento, há a geração de 58 mil empregos diretos e indiretos em decorrência do desenvolvimento da indústria, comércio e serviços na localidade. Considerando investimentos de R$ 20 bilhões por ano, isso representaria a geração de 1.160.000 empregos.
Ainda segundo estudo da CNI, a cada R$ 1,00 investido no saneamento brasileiro, haveria o retorno de R$ 2,50 ao setor produtivo. Esse retorno seria ainda superior, se considerada a economia nos dispêndios com saúde, a valorização de imóveis e o aumento na produtividade dos trabalhadores.
Saneamento é Saúde
As informações abaixo também foram compartilhadas entre os parlamentares durante o período que antecedeu a apreciação da MP 844 no Congresso:
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, morrem no Brasil 15 mil pessoas por ano em decorrência de doenças relacionadas à falta de saneamento. Em 20 anos, o atraso pode custar a vida de mais de 250 mil brasileiros.
Para cada R$ 1 investido em saneamento, economizam-se R$ 4 em despesas de saúde, e adicionam-se R$ 2,50 ao PIB.
De acordo com a CNI, a redução dos custos com saúde no Brasil, gerada pela universalização dos serviços de água e esgoto, chegaria a R$ 1,45 bilhão ao ano, sem considerar ganhos associados à redução da mortalidade infantil.
Em 2013, segundo o Ministério da Saúde (DATASUS), foram notificadas mais de 340 mil internações por infecções gastrintestinais no país. O custo de uma internação por infecção gastrintestinal no Sistema Único de Saúde (SUS) foi de cerca de R$ 355,71 por paciente na média nacional (ITB, 2017).
A saúde seria, sem dúvida, extremamente beneficiada com a aprovação da MP 844 (leia mais sobre o assunto na próxima página).