Apenas 9,65% da população no Pará possui acesso à coleta de esgoto, segundo o Panorama ABCON/SINDCON 2019. Do esgoto gerado, ainda de acordo com a publicação, apenas 6,27% é devidamente tratado. Estudo feito pela consultoria KPMG indica que o estado precisa de R$ 17,8 bilhões de investimento para universalizar o saneamento até 2033. Mesmo a situação da água tratada é precária, com um déficit de 56,5% em relação à população total. Ou seja, quase 4 milhões de pessoas no Pará não possuem nem mesmo acesso à água.

Duas novas concessões à iniciativa privada foram anunciadas recentemente e podem mostrar um caminho para que esse cenário comece a mudar em breve.

Em Jacundá, a 115 km de Marabá, o consórcio formado pelas empresas Aviva Ambiental e Ello Engenharia será responsável pelos serviços de água e esgoto da cidade por um período de 30 anos. Hoje, apenas 30% dos moradores são atendidos por água da rede pública. A meta da concessionária é investir para que toda a população tenha água com qualidade e quantidade no início de 2020 nas torneiras. Para o esgotamento sanitário, a universalização deverá ser alcançada em 2040. A empresa dará prioridade aos fornecedores locais, incentivando o crescimento sustentável na região.

Em Rurópolis, a 220 km de Santarém, o consórcio da Perenge e Pavienge venceu licitação para a concessão plena de serviços de água e esgoto na cidade por 30 anos. O município atende hoje apenas 40% da população com a rede de água. Os demais moradores precisam do serviço de caminhões-pipa. O objetivo da concessionária é aumentar a oferta e a qualidade da água em curto espaço de tempo, bem como investir para implantar a coleta e tratamento de esgoto na cidade.