A qualificação aconteceu no hotel Meliá Jardim Nova Europa (SP), e durou uma manhã. Ao longo da atividade, Franco esclareceu como funciona a chamada “sociedade em rede”, e quais são os impactos de um mundo cada vez mais conectado e interativo na vida profissional.
A ideia do curso, muito bem avaliado pelos participantes, foi apresentar aos gestores das concessionárias privadas de saneamento uma visão das possibilidades dessa era digital em que vivemos.
Segundo Franco, é preciso, inicialmente, diferenciar redes sociais de mídias sociais (Facebook, Twitter etc.). Estas últimas são, na verdade, ferramentas que podem vir a compor a rede. Redes sociais são, por sua vez, sistemas complexos e dinâmicos que envolvem repreinterações entre diferentes populações. Elas pressupõem diferentes caminhos para o fluxo de informação.
A respeito da interação propriamente dita, há várias maneiras de ela se manifestar e se comportar na rede. Certo é que essas interações podem atingir velocidade e proporções espantosas, nunca antes imaginadas.
Franco lembrou de alguns exemplos dessa rapidez nas interações, tais como as manifestações populares de 2013 no Brasil, que se alastraram por todo o país, graças às redes sociais. Com elas, o mundo ficou realmente “pequeno”, o que implica novos desafios para as corporações, em todos os setores.
Ao final, o palestrante alinhou algumas premissas sobre a necessidade de inovação diante do advento das redes sociais:
“É preciso entender que a inovação é um processo que pode trazer um resultado inesperado. E que inovação copiada é reprodução, não é inovação.”
Reúso na prática
Uma das alternativas mais citadas entre os estudiosos para enfrentar a crise hídrica foi tema do segundo Curso de Capacitação que o SINDCON realizou em junho, em Campinas (SP), com a participação de cerca de 40 associados.
O reúso de água, ou seja, o aproveitamento da água potável que já foi utilizada anteriormente, está sendo cada vez mais discutido do ponto de vista tecnológico para compor o abastecimento de água, inicialmente para uso industrial, como já acontece no projeto Aquapolo, na região do Grande ABC. Ali, a partir de uma parceria público-privada, e de forma pioneira, é produzida água industrial de alta qualidade, tendo como origem o esgoto doméstico gerado na bacia do ABC Paulista. A água de reúso é fornecida ao Polo Petroquímico de Mauá, maior consumidor de água potável da região.
Em outros países, a técnica do reúso também é empregada com sucesso, inclusive para consumo doméstico. É o caso dos Estados Unidos, Japão, Israel e Namíbia, entre outros.
Especialistas na matéria
O curso Reúso de Água – Aplicações no Saneamento levou até Campinas (SP) o maior especialista no assunto, o professor Ivanildo Hespanhol (leia mais na página 16). Outros docentes foram o diretor da Sanasa – Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento de Campinas, Renato Rossetto, que falou sobre a produção de água de reúso em Campinas; o professor Plínio Tomáz, que fez uma atualização da questão regulatória sobre o assunto e sorteou livros de sua autoria, além de representantes da Prolagos e da Aquapolo, que apresentaram suas experiências na aplicação desta tecnologia.
No segundo dia de curso, os participantes tiveram a oportunidade de visitar a Estação de Produção de Água de Reúso (EPAR) Capivari II, da SANASA, que opera há três anos e atende 175 mil pessoas.
Os participantes elogiaram a qualificação oferecida pelo SINDCON. Para Giliane Feital Klaus, da Aegea, foi um curso de alto nível, que “contou com palestrantes muito experientes e trouxe uma visão complementar importante para nós que atuamos na área”.