Com remuneração atrativa, contratações do setor superam a média da indústria
Com R$ 176 bilhões de investimentos contratados desde 2020 e uma demanda que alcança R$ 900 bilhões, o saneamento será um dos setores com maior índice de geração de empregos nos próximos anos: pelo menos mais 1,5 milhão de postos de trabalho serão necessários para adequar as empresas a um cenário de universalização dos serviços, previsto para 2033.
De acordo com dados da ABCON SINDCON, associação das operadoras privadas de saneamento, a partir da entrada em vigor do Marco Legal do Saneamento, em 2020, o saneamento acelerou suas contratações para suportar o aumento de obras e projetos de expansão dos sistemas de água e esgoto em todo o país. Boa parte dessas contratações são de trabalhadores da construção civil.
Um levantamento da associação, com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), indica que o crescimento líquido do emprego formal direto entre as empresas de água e esgoto alcançou 2,7 mil contratados em 2023, o que significa aumento de 1,8% da força de trabalho, acima da média da indústria no período, que ficou em 1,5%.
Outro dado importante é o desempenho da remuneração oferecida pelo setor. Em 2023, as operadoras de água e esgoto registraram um valor médio de remuneração de R$ 6.906,33, cerca de 65% acima da área industrial (R$ 4.182,40) e 75,7% acima da média nacional (R$ 3.930,56).
“A cadeia do saneamento possui enorme capilaridade e envolve a geração de empregos diretos e indiretos em escala nacional e regional. Como as regiões que mais necessitam de investimento em saneamento são também aquelas com mais carência de oportunidades de trabalho, o impacto positivo da expansão do setor é gigantesco”, comenta a diretora-executiva da ABCON SINDCON, Christianne Dias.
Os profissionais procurados pelas concessionárias de saneamento incluem gente que atua em diferentes áreas, como engenheiros, técnicos e operadores atuantes em tecnologia, manutenção, gestão e monitoramento ambiental. “Esse movimento não só impulsiona o desenvolvimento econômico, mas também contribui para a inclusão social e a melhoria da qualidade de vida nas comunidades atendidas”, acrescenta a diretora da ABCON SINDCON.
A projeção da entidade é que, somente com as futuras contratações do saneamento, o nível de emprego total no Brasil será 0,9% a mais até 2033, com a universalização alcançada.
Empregados formais diretos no saneamento
Fonte: Elaboração ABCON SINDCON com base nos dados Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).