A Abcon (Associação Brasileira das Empresas de Saneamento no Brasil) lançou, durante a COP30, em Belém (PA), o e-book “Saneamento pelo clima: agenda Abcon para a universalização sustentável”, com dez propostas estratégicas sobre o papel do saneamento como eixo central da adaptação climática e da sustentabilidade ambiental.

As medidas incluem desde a criação de um mecanismo setorial de créditos de carbono até a regulamentação do reúso de água e a ampliação do financiamento para tecnologias de baixo carbono. A entidade também defende que a universalização dos serviços de água e esgoto seja prioridade nas políticas climáticas e regulatórias do país.

Com 50 páginas, a publicação, disponível em português e inglês, apresenta experiências de empresas associadas e ações já implementadas de mitigação e eficiência energética.

Segundo a diretora executiva da Abcon, Christianne Dias, o Brasil tem condições de liderar pelo exemplo. “Com segurança jurídica, financiamento adequado e colaboração entre os setores público e privado, podemos construir um futuro mais justo, saudável e sustentável. O saneamento não pode esperar — e o clima também não”, afirmou.

Para o presidente do Conselho de Administração da associação, Rogério Tavares, ampliar o acesso à água e ao esgoto é uma das principais formas de mitigação e adaptação climática. “Tratar o esgoto é reduzir a poluição dos rios e preservar a biodiversidade. Já garantir o fornecimento seguro de água, mesmo em períodos de seca, é fortalecer a resiliência das comunidades”, destacou.

Confira a lista completa:

1. Priorizar a universalização como objetivo central das políticas climáticas e regulatórias ambientais.
2. Criar um mecanismo setorial de créditos de carbono para o saneamento.
3. Uniformizar critérios para tratamento e aplicação de lodo.
4. Regulamentar o uso de soluções alternativas de água e esgoto.
5. Regulamentar o reúso de água não potável a partir de efluentes sanitários tratados.
6. Acelerar processos de regularização fundiária para obras de saneamento.
7. Definir critérios para licenças e outorgas de lançamentos de efluentes sanitários tratados em rios urbanos degradados.
8. Adequar a classificação do impacto ambiental do saneamento.
9. Flexibilizar parâmetros de qualidade em situações extremas ou de transição.
10. Criar linhas de financiamento para tecnologias de baixo carbono no saneamento.

 

Matéria publicada na Agência Infra