Levantamento da ABCON SINDCON mostra que há muito a avançar para atingir a universalização dos serviços. Associação aponta casos bem-sucedidos de investimentos na ampliação dos sistemas de água e esgoto

Um levantamento da ABCON SINDCON, associação das operadoras privadas de saneamento, com base nos dados do SUS, mostra que as doenças relacionadas à falta de saneamento foram responsáveis, nos últimos três anos, por cerca de 125 mil internações e 11 mil óbitos na região Norte. As despesas com essas internações chegaram a R$ 140 milhões em três anos.

Investimentos – em meio a esse cenário, a associação aponta casos bem-sucedidos de investimentos na ampliação dos sistemas de água e esgoto na região Norte, a partir de operações de concessionárias privadas.

Em Manaus, a operação com a Águas de Manaus foi iniciada em 2018, e uma das principais conquistas foi a universalização dos serviços de água na capital em 2021, apenas três anos após a chegada da concessionária. A universalização foi possível graças aos esforços da empresa para chegar às regiões vulneráveis, onde foram implantados mais de 200 mil metros de redes de água tratada, garantindo a chegada do serviço a pelo menos 150 mil famílias.

Para os próximos anos, a empresa trabalha para universalizar o serviço de esgoto.

Em Barcarena, no Pará, em dez anos, a população atendida com água saiu de 22% para os atuais 82% de cobertura. O serviço de esgotamento sanitário, que não possuía estrutura na cidade há dez anos, hoje já chega a 33% da população.

No Amapá, a concessionária CSA já investiu R$ 150 milhões nos dois primeiros anos de concessão e ampliou o acesso à rede de água para perto de 60%. O tratamento de esgoto, antes quase inexistente, hoje atende cerca de 12% da população.

Estudos – A relação entre a ausência de serviços adequados de saneamento e a incidência de doenças que causam mortes e sobrecarregam de custos a saúde pública já é algo reconhecido mundialmente. Estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que a cada US$ 1 investido em saneamento se economiza US$ 5,50 em saúde.

No Brasil, onde cerca de 95 milhões de pessoas não estão conectadas à rede geral de coleta de esgoto, esse reflexo é sentido em todas as regiões do país. Outro estudo, da GO Associados, ressalta que, com a universalização dos serviços de água e esgoto, a saúde teria uma economia de R$ 25 bilhões até 2040.

“Alcançar melhores condições de vida da população a partir da saúde é o impacto mais significativo da universalização do saneamento. É preciso acelerar os investimentos nesse sentido e fortalecer o saneamento como prioridade nacional”, afirma a diretora-executiva da ABCON SINDCON, Christianne Dias.